Contra redução de salários, professores de Ibirité aprovam greve por tempo indeterminado

Os professores da rede municipal de Ibirité, em assembleia realizada na manhã de quinta-feira (24), decretaram greve por tempo indeterminado. A decisão foi tomada após aprovação, pela Câmara Municipal, do Projeto de Lei Complementar (PLC) 005/2015, que altera a carreira da categoria, acrescentando mais cinco horas à jornada de trabalho e reduzindo salários.

Trabalhadores lotaram plenário da Câmara para acompanhar votação do PLC 005/2015

Trabalhadores lotaram plenário da Câmara para acompanhar votação do PLC 005/2015.

Durante a votação, os trabalhadores ocuparam o plenário do Legislativo, mas a pressão não evitou que o projeto fosse aprovado com os votos dos vereadores Celso do Gás (PSDC), Chico Canoas (PTB), Coelho (PP), Daniel Monteiro (DEM), Esquerdinha (PSL), Geraldo Matos (PSDB), Osvaldo Sorriso (PSL), Pastor Wemberson (PV), Zé Roberto (DEM) e Fabinho Araújo (PTB), presidente da Casa. Apenas Toninho da Evangelização (PT), Edgar do Salão (PSB), Beto Alegria (PTC), Sargento Sandoval (PV) e Daniel Belmiro (PP) foram contrários ao PLC que retira direitos dos professores.

Esse projeto é parte de uma sucessão de ataques que o prefeito vem promovendo contra os trabalhadores e trabalhadoras na Educação. No começo do ano veio o corte do Adicional de Incentivo à Docência, depois a truculência na Campanha Salarial de maio e, na sequência, dezenas de demissões. Agora, ele vem com essa mudança claramente inconstitucional, pois a Constituição diz com todas as letras que os salários dos servidores não podem ser reduzidos. Os trabalhadores entenderam que não havia outro recurso, senão a greve, para derrotar essa aberração jurídica”, diz Rafael Calado, coordenador da subsede do Sind-UTE.

“O prefeito joga nas costas dos trabalhadores a conta de sua irresponsabilidade administrativa”, diz Rafael Calado.

Ao justificar o projeto, o prefeito alega necessidade de conter despesas diante da crise econômica do país. Rafael contesta, afirmando que os trabalhadores na Educação têm sido sistematicamente escolhidos para pagar pelo descontrole dos gastos municipais. “Quando havia bonança, o prefeito optou por aumentar os próprios salários, dos secretários e dos cargos de confiança, mas nunca cumpriu a lei do piso salarial nacional. Somando tudo, a despesa será superior a R$ 10 milhões até o final deste ano. As verbas para os cargos comissionados cresceram em 70%, passando de R$ 4 milhões para mais de R$ 7 milhões em 2015. Os secretários tiveram aumento de 40% em dois anos, e hoje recebem R$ 12 mil, ante os R$ 8,5 mil que recebiam em 2013. No mesmo período, os professores não tiveram qualquer reajuste e agora correm o risco de rebaixamento dos salários. O prefeito joga nas costas dos trabalhadores a conta de sua irresponsabilidade administrativa”, afirma.

Nova assembleia está marcada para a próxima segunda-feira (28), às 8h00, no auditório da Fundação Helena Antipoff (Av. São Paulo, 3996, Vila do Rosário, Ibirité), quando a categoria definirá um calendário de lutas e os rumos do movimento.

Por unanimidade, assembleia dos professores aprovou greve por tempo indeterminado.

Por unanimidade, assembleia dos professores aprovou greve por tempo indeterminado.

Um comentário sobre “Contra redução de salários, professores de Ibirité aprovam greve por tempo indeterminado

  1. Isso é uma pouca vergonha, certamente quer aumentar a carga horária nessa proporção, dispensar 25% dos profissionais contratados para continuar mantendo os privilégios dos cargos de confiança. O pior é que a política em Ibirité ainda parece aquela do Brasil colônia. Tem uma família real Pinheiro na cidade que precisa ser banida da política para o bem do país. A população também precisa tomar vergonha. Elegem para prefeito de uma cidade tão complexa como Ibirité, um sujeito que nunca foi nada e nem fez nada, “mas é membro da família real né”. Acorda povo de Ibirité.

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